No dia 12 de Novembro é comemorado o dia do Pantanal em homenagem ao ambientalista Francisco Ancelmo Barros que em forma de protesto ateou fogo em seu próprio corpo em 2005, como um símbolo da luta de defesa do Pantanal.
O Pantanal é a maior planície alagável contínua do planeta e tem como característica seu pulso de inundação, havendo os períodos de enchente e seca, marcando a sazonalidade desse bioma. Essa sazonalidade é o principal processo ecológico que controla a biodiversidade, garantindo o equilíbrio ecológico desse ambiente, por isso há a necessidade da utilização prioritária das espécies que já estão adaptadas a esse ambiente de stress hídrico.
Como símbolo de resistência e comprometimento com a conservação do Pantanal foram plantadas mais de 100 mudas de espécies nativas do Pantanal na manhã do sábado no dia 12 de Novembro, no dia do Pantanal, foram as espécies - Bacupari, Sarã, Piuva, Cachuá vermelho, Jenipapo, Ingá, abobreiro, laranjinha de pacu, caneleira, cajá, manduvi do Pantanal e roncador.
A área escolhida para o plantio foi a Ilha dos Malheiros, que está em frente ao cais do centro da cidade, que em alguns anos, todos e todas esperam poder olhar para lá e apreciar a beleza das piúvas floridas, e acompanhar a vegetação se regenerando.
O Instituto Gaia Pantanal é o proponente do Projeto Restaura Pantanal, idealizador desta ação, e que tem como parceiros: Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), a Estação Ecológica de Taiamã - unidade administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMBio), o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STTR), O Instituto de Ecologia e Populações Tradicionais do Pantanal (EcoPantanal), o Projeto de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD), a Colônia Z2 de Pescadores de Cáceres, a REDE de Comunidades Tradicionais Pantaneira, a Reserva da Biosfera do Pantanal (RB-PAN) e o Instituto Federal de Cáceres (IFMT).
Também estiveram presentes parceiros adeptos da luta, como: Movimento LGBT de Cáceres, artistas locais, Comunidade Indígena Chiquitana Não Aldeada de Porto Esperidião, SEMA, FASE, Marinha do Brasil, alunos do curso de Biologia de Cáceres, Coletivo de Mulheres Negras de Cáceres, Projeto Quem Tem Medo de Serpentes, Pescadores representantes da Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneira. Alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Duque de Caxias também estiveram presentes, participando da Educação Ambiental.
Após o plantio das mudas, todas elas foram identificadas, e feito o registro DAP (Medida de Diâmetro e Altura) para que possamos acompanhar o desenvolvimento e o crescimento. Pois esta ação não se trata apenas de um plantio simbólico, mas a afirmação do comprometimento com a defesa do Pantanal.
O Projeto Restaura é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e tem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade - FUNBIO como agência executora).