O Projeto Restaura Pantanal realizou, no dia 21/10, a primeira oficina para a construção participativa do Plano de Manejo Integrado do Fogo, tema que faz parte dos objetivos do “PROJETO DE RESTAURAÇÃO DA BIODIVERSIDADE, CONSERVAÇÃO DAS ÁGUAS E PREVENÇÃO DOS INCÊNDIOS DAS ÁREAS ÚMIDAS DO PANTANAL - ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE TAIAMÔ
A oficina foi conduzida na Escola Municipal Laranjeira I em conjunto com os parceiros do Instituto Chico Mendes (ICMBio), do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) e com os Brigadistas do PREVFOGO que atuam na área, e contou com a participação de mais de 50 crianças do 4º ao 6º ano, alguns pais e mães, além dos professores e funcionários da escola.
A primeira etapa da apresentação foi conduzida pela equipe do Projeto constituída por Ingrid Leite, Maria Rita Schmitt, Miguel Ângelo Marques e Ana Paula Teixeira, que apresentaram o Restaura Pantanal, seus objetivos e suas respectivas ações (coleta de sementes, produção de mudas, Viveiro Educador, relação com a E.E Taiamã, criação e divulgação do Pacto pela Restauração do Pantanal).
Em seguida, os profissionais do ICMBIO deram continuidade na palestra mostrando a relação do Assentamento com a E.E Taiamã (que estão separados por apenas 25km em linha reta) e o território no entorno.
Também abordaram o histórico dos incêndios de 2019 e relembraram como foi feito o combate exaustivo do fogo na época. Relataram o fato curioso do comportamento “atípico” do fogo no Pantanal, chamado de “fogo subterrâneo” que queima a matéria orgânica armazenada durante a seca - debaixo do solo das áreas úmidas, e possui características únicas que dificultam o seu combate.
A equipe do ICMBIO reforçou o risco envolvido no tema, ressaltando que a oficina não tinha como objetivo abordar o combate direto ao fogo, mas sim as inter-relações entre os ambientes do assentamento e da Estação Ecológica de Taiamã, além da necessidade de promovermos ações preventivas.
Logo após sua fala, o chefe da Brigada do PrevFogo também realizou uma breve apresentação sobre o trabalho da brigada, reforçando o tema da prevenção antes de qualquer outro tipo de estratégia.
Também compartilhou informações sobre a experiência da brigada nos assentamentos e de como participam ativamente da comunidade e da vida escolar através de ações como plantio de árvores, educação ambiental e manutenção dos espaços-comuns. Após as apresentações, demos início as dinâmicas de socialização dos conhecimentos: a turma foi dividida entre crianças do 4º ao 6º ano e entre os adolescentes do 7º ao 9º ano.
As crianças foram conduzidas pelo participante do projeto Miguel Angelo com apoio da bolsista do projeto Ana Paula, e a atividade realizada foi a de reconhecimento da área do entorno através da utilização do binóculo, além do levantamento da fauna e da flora local com a ajuda das crianças.
O objetivo dessa ação foi estimular a observação do território por parte das crianças, que podem (e devem) contribuir na construção do planejamento participativo e ordenamento socioambiental local. Já os adolescentes foram separados em grupos de até 7 pessoas - nos quais estavam presentes também alguns pais e mães que receberam o convite para a oficina - e tiveram como “missão” a confecção de um “Mapa do Território” que englobasse as unidades produtivas e espaços de convívio do lote de todos os presentes e também de uso comum dos moradores.
O resultado foi extremamente positivo e os jovens compartilharam seus desenhos (feitos em conjunto) com o restante dos participantes através de curtas apresentações, onde puderam apontar a presença de animais, da roça e cultivos, remanescentes de floresta nativa, área alagada, fonte e uso dos recursos hídricos etc., além dos espaços comuns da comunidade como a escola, a igreja, mercearias e outros marcos do território.
As atividades foram encerradas com o agradecimento a todos os participantes e com perspectivas otimistas sobre a educação ambiental e sobre a inclusão de mais pessoas de públicos diferentes para a abordagem do tema do Manejo Integrado do Fogo no Pantanal.
O Projeto Restaura é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e tem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade - FUNBIO como agência executora).